Monday, June 1, 2020
EM VOZ ALTA
candura delapidada
ânimo ilegível coagido
constatação gélida do desdém
indiferente
desvanecimento da gargalhada autêntica
genuína
desencanto que trazemos no fundo
às costas
profundidade côncava
inerte o canteiro das rosas
tristes
ritual à medida do esquecimento
testemunhado
pelas nuvens intrépidas
pela alteza da montanha
pela vastidão do oceano
milenar
desequilíbrio da memória
insana
insensível
inconsequente
sinais oblíquos sem luz própria
estigma do orgulho
pudoroso
ultraje à harmonia do mundo?
talvez…
fabulo o espaço sem dinâmica
a física transfigurada
transtornada
leis indignadas
caóticas
ímpias
perplexas
relógio sem nexo
de sentido retrógrado
amputado
desprovido de ponteiros
onde repousavam as aves
onde descansava o vento
e adormeciam os justos
uma realidade inatingível
indecifrável
incognoscível
à dimensão do universo
ou da metamorfose da larva
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