Wednesday, September 30, 2020

DA LUZ E DA SOMBRA. UM ELOQUENTE SILÊNCIO.

 



Tenho aprendido muito com o tempo cada vez mais escasso

Não recordo folhas secas nessa tarde de assomo vago

O que vivi de braços nus entre as pedras do teu jardim

Ondula em gestos nítidos e confunde-me os caminhos



Nos caudais onde o ar escasseia, o frio do medo tem pressa 

Ressoam gritos de esperança imaginados em musgo verde

O eco na montanha acende o ledo tom da aragem

Uma rubrica sem portas no sentido de todas as noites



Infindável ironia o rasto no caminho de regresso

Com exactidão entrego o corpo escrito ao vento

Tristes dos que perdem o paladar da vida e a alegoria do sonho

Acendo a luz e leio o corpo adjacente ao acto das nuvens



E o relevo do destino sobrevive ao caminho das pedras  

As áridas certezas habitam nas altas cumeadas

O sentido da vida na troca de marés insubmissas

Perpétuas

Onde não há sombra sem Luz

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