Tenho aprendido muito com o tempo cada vez mais escasso
Não recordo folhas secas nessa tarde de assomo vago
O que vivi de braços nus entre as pedras do teu jardim
Ondula em gestos nítidos e confunde-me os caminhos
Nos caudais onde o ar escasseia, o frio do medo tem pressa
Ressoam gritos de esperança imaginados em musgo verde
O eco na montanha acende o ledo tom da aragem
Uma rubrica sem portas no sentido de todas as noites
Infindável ironia o rasto no caminho de regresso
Com exactidão entrego o corpo escrito ao vento
Tristes dos que perdem o paladar da vida e a alegoria do sonho
Acendo a luz e leio o corpo adjacente ao acto das nuvens
E o relevo do destino sobrevive ao caminho das pedras
As áridas certezas habitam nas altas cumeadas
O sentido da vida na troca de marés insubmissas
Perpétuas
Onde não há sombra sem Luz