Wednesday, May 5, 2021

SANS OUBLIER LES ARBRES

 



envahi par les orages

suspendu aux aiguilles du temps

je ferai un voeu très solennel

òu la lumière métaphorique s’impose


le départ vers l’inconnu

m'a souri avec grand soin

comme l'attente d'un regard

manquant de vocabulaire


emportant tous mes incompris

le coeur balancera à nouveau


pour toujours

en sourdine

Wednesday, April 28, 2021

ÂMBITO


 



a aorta celeste

entra em órbita 

terrestre


URDIDURA

 





            lua cheia                                              alma vazia

                                                DE LUZ


Friday, April 16, 2021

MAS A SERENIDADE NUNCA CHEGOU

 



Rasgo o passepartout. Evado-me da moldura.

Abro a janela. Olho o céu. Hostil ao dia.

Atravesso o muro. Que se torna nocturno. 

Para lá da noite. E dos encontros imprevistos.


O prestígio do luar. A demanda infinita.


Acordaste a metáfora já sem nome. 

O amor e o mar aconchegavam-se.

Colava-me à luz. Encostavas-te ao silêncio.

E as árvores e os riachos riam-se. 

Connosco.

Aqui mesmo. Ao longe...

Monday, April 12, 2021

VENI, VIDI, VICI

 





"Sufocado todo o bem, soterrado. 

Desespero".


Domingo, 12 de Abril 2021 8:02 AM

Thursday, April 8, 2021

ERA AZUL?

 



sonhei o impossível

suspenso

no calor viciado da espera

INTENSO COMO O MAR

 



Guardei fundo as noites onde a inocência espreita


A marca dos teus pés

O lado das árvores

Os portões ocultos

O ritmo nocturno 


Os murmúrios vinham de longe

Das esquinas que sustentavam o mundo


Quando as estrelas aceitavam o dia

E o impossível das nuvens era a forma desejada

Wednesday, March 31, 2021

UM TEMPO DISTANTE. O EQUÍVOCO VÊ-SE AO ESPELHO

 






Rompe a Primavera e o declínio ulula em silêncio 

A dor seduz as noites que teimam em gritar

Reedifico sombras que tardam em esmaecer

Escalo colinas íngremes e atento as aves morosas

Procuro nos confins insurretos a lisura das fábulas  

O meu seio dissipa-se na brandura da última seiva


A pertinácia expiada na jugulação 

do ocaso fugaz 


Coagido pela única gota de sangue 

do raio silente


Desnudo-me e persigo a resignação 

de face serena


O que deveria ter sido dito

o que deveria ter sido dito no cair do tempo

o que deveria ter sido dito ao tocar as margens da inocência 


Tuesday, March 2, 2021

CREPÚSCULO

 



A alma vazia inexorável do último suspiro

Lágrimas salgadas deslizam pelos confins


Ilusão exaltada com prevista duração

A anatomia de um gesto ausente que resiste


Entre a bruma e a memória

Muito para além do infinito


As nuvens que ficaram por ver

As flores que ficaram por colher

Wednesday, February 17, 2021

ECLOSÃO ALEGÓRICA

 



Na noite de rosto húmido

desvelo o rastro inexorável

taciturno

no declive da solidão


Livros despidos

de suspiros comuns

inequívocos à resiliência


A precaução em cada passo 

em direcção ao abismo atávico 

fatal


Horas intrépidas 

vazias

imperecíveis de encontros fortuitos

vagos de luar 

e de mim

Wednesday, January 27, 2021

INVERNO






O frio nas palavras tortuosas

indecifráveis e sem complacência 

perscruta o silêncio inequívoco

impérvio de verdura tímida

despojado de tenacidade


Nas margens de cada noite 

moldo o espaço de mistério perpétuo


a memória estende-se no tempo

e surgem brancas contas de vidro


amando 

firmes 

inviamente


 

Wednesday, January 20, 2021

DESÍGNIO

 



Fui o que queria ser

Fiz o que tinha a fazer

Assim tinha de ser