Rompe a Primavera e o declínio ulula em silêncio
A dor seduz as noites que teimam em gritar
Reedifico sombras que tardam em esmaecer
Escalo colinas íngremes e atento as aves morosas
Procuro nos confins insurretos a lisura das fábulas
O meu seio dissipa-se na brandura da última seiva
A pertinácia expiada na jugulação
do ocaso fugaz
Coagido pela única gota de sangue
do raio silente
Desnudo-me e persigo a resignação
de face serena
O que deveria ter sido dito
o que deveria ter sido dito no cair do tempo
o que deveria ter sido dito ao tocar as margens da inocência