Saturday, July 4, 2020
NOCTURNO
Amanheço com a suavidade de um cálido esboço sem leito.
A minha imagem silenciosa à procura de mim. Dissipada no âmago. Sem óbice.
O teu corpo longínquo. Da língua materna. Exaurido de euforia artificial. Tudo menos o gesto lúbrico a tiracolo.
Centelhas ao abandono. Abertas. Indiferentes ao tacto. E ao mármore.
O poente no parapeito das noites que existem. Imaginadas. À altura dos olhos.
Onde naufragam os rios e os mares. Vergados a uma condição suposta e meramente humana.
O abrigo do sorriso ardente. De fogo. Ao luar. Imanente.
O ponto anacrónico. As ruas do avesso. Um zelo quase vagaroso.
Passo abúlico pelos dogmas defessos.
Lídima é a voz do poeta.
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