Wednesday, July 17, 2019

COGITAÇÃO



Os olhos podem roubar
Mas não mentem

LUA CHEIA








Folha seca sem notícias
Palavras gastas ratificadas
Sombras inúteis que se dissipam

As memórias que apanho do chão
Escalam a montanha a contratempo

Paisagem recortada
Pelas manhãs tempestivas

A vontade já é adulta
E o ânimo já tem sede

Inocência?
Labirinto?

A redenção pelo fogo
E as luzes vagarosas

O musgo entre as pedras
As aves que me visitam
Os rumos estéreis…

Uma tranquilidade que se excede
As vírgulas que se transcendem
E a sedução encoberta pela lua

Nova

Sunday, July 14, 2019

ÍNTIMO






Como permanência ofuscante                  
a mais antiga obsessão


Como exaltação constante                         
a fulgência da percepção       





Sunday, July 7, 2019

SINÓNIMO DE QUOTIDIANO





No deserto inacabado
não morrerei de sede

Tal como um ímpeto relutante
o cortejo passa ao lado

Expectando o crepúsculo
o sublime lê coisas



Coisas inomináveis

Thursday, July 4, 2019

ANOS QUE ENVELHECEM








Diviso a lúgubre oscilação em tudo o que o tempo oculta. Uma abstração remota, assaz definitiva. A homilia da consciência que desperta.  E com ela, uma epifania grave e sóbria. Contundente. A inércia na véspera dos dias puída pelos Deuses. Na tua exterioridade evoco a ausência das coisas. Com inesperada lentidão.

Visito o eremita exótico e urgente na hora auspiciosa... 
Distante e obscura é a lentidão das coisas. Sem regras. Sem tempo. Talvez o pressentimento inusitado do que se esquece. Ou do que parece. O que a juventude me devolveu.